sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Líder ou chefe?



"Porque é que muitas pessoas em cargos de poder assumem uma postura autoritária?" Esta pergunta persegue-me já há alguns anos e um dia cheguei mesmo a colocá-la, em contexto de formação. Imediatamente me responderam: porque é muito insegura. Fez-me todo o sentido na altura, mas continuei a refletir sobre ela...


De facto, estas pessoas protegem-se com esta postura porque se sentem inseguras, pequenas e/ou inferiores em algum aspeto. Então, levantam a voz, franzem as sobrancelhas e colocam o dedo em riste para, assim, mostrarem quem manda, tal como um pai faz a um filho.

Como podemos nós lidar com este tipo de pessoas, quando hierarquicamente estamos numa posição inferior? Boa pergunta! Sugestões aceitam-se. Podemos sempre apelar à nossa imaginação e, quiçá, visualizar essa pessoa em situações constrangedoras... Hum... Bem, isto só serve para nos ajudar a lidar com a situação (normalmente depois do contacto com essa pessoa) e a encará-la com sentido de humor (uma grande ajuda, não?)

O que é certo, é que este tipo de postura não promove o bom ambiente, mas sim uma atmosfera de medo e de revolta. As pessoas falham mais e, dependendo da resistência de cada um e da conjetura envolvente, acabam por sair, o que traz outras implicações para a empresa. Não estamos perante um líder. Estamos, sim, perante um chefe.

O mais interessante é que este tipo de pessoas não reconhece a necessidade de realizar formação na área de desenvolvimento pessoal, nem em liderança. Infelizmente, este tipo de pessoas está bastante presente nas pequenas e médias empresas (mas não só) e na zona Norte. Há palavras que não existem no seu vocabulário, como por exemplo, "motivação", "assertividade", "empatia". Parece que o seu dicionário excluiu essas palavras...

Apesar de tudo, o business coach começa a ganhar força e impacto e estes estilos de (pseudo)liderança tendem a desaparecer em algumas empresas. Para aqueles que resistem, há que esperar que a reforma chegue  depressa!

sábado, 3 de setembro de 2011

De volta!




Férias!!! Pensamos nelas o ano todo e depois, quando chegam, passam à velocidade da luz!!! Quando estamos de férias não deixamos apenas de trabalhar como também de realizar algumas actividades que fazíamos todos os dias, como por exemplo, exercício físico, alimentação saudável, meditação, actualizar o blog.... Bom, deixemos de falar de mim! :) 

Hoje gostaria de dizer: Voltei! E gostaria de dizer mais qualquer coisa, claro! Ultimamente tenho pensado muito no passado e cheguei à conclusão que no último ano fiz tanta coisa, evoluí e cresci imenso. Penso que o que contribuiu para isso foi querer mudar e fazer algo por isso. Aprendi, e continuo a aprender, que podemos lamentar-nos (acho que, por vezes, temos direito a fazer isso), mas devemos AGIR, TENTAR, ARRISCAR. Sempre soube que a frustração faz parte da vida. O mais importante é que aprendi (e continuo a aprender) que não devemos deixar-nos vencer pela frustração, mas lidar com ela, aprender com ela e tentar de novo. Penso que assim nos vamos conhecendo melhor, vamos aprendendo que afinal não temos limites e que podemos conseguir o que queremos. Para isso temos de acreditar em nós. Muitos dizem "isso é muito bonito, mas há coisas que não controlámos". Certo, mas nós controlámos a forma como lidamos com as situações. Podemos ESCOLHER aprender com elas e avançar, tentar de novo ou podemos escolher aceitar a fatalidade e resignarmo-nos a isso.
E tu? O que achas disto?

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Pegadas pouco ecológicas




Hoje estava a ler numa revista (Gingko) algo que me surpreendeu imenso... a pegada pouco ecológica que nós deixamos apenas por causa da alimentação. É verdade. Fiquei a saber que uma vaca leiteira produz 75kg/ano de Metano que equivale a mais de 1,5 tonelada de dióxido de carbono! Uma vaca só...Por cada quilo de carne bovina consumido são emitidos 22,3 kg de dióxido de carbono! Já para não falar do peixe. As técnicas de arrasto para pescar o peixe ameaçam o ecossistema, devido à destruição da flora e da fauna. Só para terem noção, uma rede de arrasto pode destruir o equivalente a cinco mil campos de futebol numa só viagem!

Isto é terrível! Leva-nos a querer repensar toda a nossa alimentação. Ora aí surge novo problema, porque o consumidor tem de fazer um esforço suplementar para alterar e manter a sua alimentação, baseada em produtos da época, produtos verdes, produtos locais, uma vez que praticamente tem de fazer uma formação para saber distinguir, encontrar o mercado certo. Apesar de muito ter mudado nos últimos anos e de as pessoas estarem mais sensibilizadas, muito pode ser feito para ajudar as pessoas a ter uma alimentação mais saudável e mais ecológica. O mundo dos negócios acaba por ser sempre um obstáculo, daí pouco mais se fazer em relação a isto. Penso que está mesmo nas nossas mãos.

Resumindo, tudo isto faz-me querer repensar a minha alimentação. Bem, vou ter de pôr mãos à obra e começar a fazer umas pesquisas. Tem de se começar por algum lado!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Apelo aos ciclistas


Hoje a mensagem é destinada a um grupo em particular: os ciclistas. 

Começa o sol a espreitar e começam a multiplicar-se. Sozinhos, a par ou em grande grupo, lá estão eles a desafiar a velocidade e a paciência dos automobilistas, que ansiosos esperam ultrapassar este obstáculo incerto. 

O Ciclismo é uma doença implacável que apanha desde os mais pequenos até aos mais velhos. É algo que se pega! Aliás penso que estamos a viver uma epidemia! 

Os mais novos lá andam, muitos sem capacete, sem noção de regras de trânsito. Enchem os passeios e as passadeiras. Mas estes ainda estão a aprender. Cabe ao automobilista andar com cautela e dar um desconto. 

Depois, temos o ciclista de passeio que não sabe o que é uma fila! Normalmente, passeia aos pares ou em família, quando tem pequenotes, e vão sempre lado a lado. Este espécime está ainda a trabalhar a sua competência de circular em fila. Tem de se dar um desconto mas não escapa a umas palavritas bem ditas! 

Temos também o velho ciclista, aquele que sempre teve a bicicleta como sua companheira de toda uma vida. Por vezes, e se o alemão estiver de férias, lá se lembra de andar o mais à direita possível e até ajuda o automobilista. O problema é que, com as nossas estradas, tem de se desviar de buracos, tampas de saneamento e, naturalmente, demora mais tempo a ultrapassar os obstáculos. Coisas da idade! O automobilista resmunga para dentro e pensa  "quem me dera chegar à idade dele e ainda andar de bicicleta!". 

Por fim, temos a espécie mais perigosa... o Ciclista Pseudo-Profissional. Equipado a rigor, normalmente circula em bando e usa esta estratégia para se impor no trânsito. Intencionalmente circula lado a lado com outro da sua espécie exibindo as suas competências e a velocidade que consegue atingir. Olha para o automobilista como uma ameaça e com inveja, porque quer atingir a velocidade de um automóvel. Por isso, olha com desdém e mantém o comportamento só para se exibir! Normalmente não reage a palavras bem ditas, nem a buzinadelas. Contudo, sabe bem fazê-lo! É libertador!

Por isso, senhores ciclistas pseudo-profissionais, e com todo o respeito, se estão a ler este post, por favor lembrem-se que, quando saírem à rua para testarem os vossos limites físicos, o que o povo quer é circular. Não ocupem uma via inteira! Vá lá, vocês são capazes! Assim como nós respiramos fundo para não vos dar uma pancadinha nas rodinhas, respirem fundo e circulem em fila! Obrigada!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Seres de hábitos




"Rotina" é uma palavra que muitos dizem não gostar. "Uma relação que entra na rotina", "uma vida rotineira" e outras frases do género normalmente possuem uma carga negativa, como se a rotina fosse um estado que ninguém quer viver ou sentir. Contudo, se repararmos bem, qual o percurso que fazemos para o local de trabalho todos os dias? A que horas costumamos lanchar e almoçar, todos os dias? E aquelas tarefas que realizamos no início de cada mês? Estamos rodeados de rotinas e de hábitos que muito dificilmente abandonamos porque gostamos que assim seja.

O ser humano facilmente se habitua a algo e cria rotinas. Hoje dei por mim a pensar no quão habituados ficamos a um sítio. E, por mais que pensemos "tenho de sair daqui" ou "não aguento mais isto", a novidade assusta... porque não estamos habituados a ela. Penso que só hoje percebi o que devem sentir aquelas pessoas quando saem de um local de trabalho onde estiveram durante vinte anos da sua vida. Contudo, isto não tem propriamente de gerar um sentimento negativo, porque é assim que continuamos a crescer, a desenvolver competências e a sentir que ainda somos capazes de fazer algo diferente, de nos adaptarmos. No fundo, deixam-se velhas rotinas para deixar que outras se criem. 

domingo, 26 de junho de 2011

Sonhar ou, simplesmente, querer



Olhando para trás vejo uma pessoa sem sonhos. Satisfeita com as conquistas que fez. O problema é que deixou de ter objectivos, deixou ter algo pelo qual lutar. "Então? Já alcancei tudo o queria". Talvez a sua vivência e educação tenha contribuído para ter sonhos realistas e contentar-se com o que tem, com o que faz. Talvez tenha sido uma forma de se proteger, para não dar passos que achava que não seria capaz de dar. Talvez, simplesmente, não tivesse descoberto o que lhe preenche a alma e ilumina o olhar.

Hoje, essa pessoa sonha. Projecta. Perde-se em pensamentos, em vontades. O seu coração enche-se quando pensa "É isto que eu quero!", frase a que estava habituada ouvir mas da boca de outras pessoas. "Eu quero!" Porque nos agarramos ao "Gostaria de..." quando podemos dizer "Eu vou fazer!", "Eu gosto de e quero..."?! 

Vivemos uma fase de instabilidade económica que faz com que ouçamos várias vezes: "Não arrisques", "Não é altura para sonhar, nem para querer". O irónico no meio disto tudo é que, já dizia Erickson, "a crise gera desenvolvimento" e é nos momentos de crise ou dificuldade que a criatividade melhora, assim como a capacidade de resolução de problemas. 

terça-feira, 21 de junho de 2011

A escrita tem poder!




Resolvi partilhar convosco uma reflexão que fiz, em tempos, a propósito da gestão da inteligência emocional. Esta acaba por compilar algumas das coisas já escritas e partilhadas neste blog. Penso que é sempre bom relembrar...

O processo de gestão da inteligência emocional parece simples, mas quando paramos para reflectir, para nos concentrarmos em nós mesmos as dificuldades emergem. Em primeiro lugar, somos confrontados com as nossas fragilidades. Muitas vezes nos refugiamos nas actividades que encetámos no dia-a-dia só para evitarmos parar e pensar sobre isso. 

Muitas vezes conhecemos as nossas fragilidades ou dificuldades mas como estamos com um auto-conceito negativo pensamos sempre que dificilmente conseguiremos mudar a nossa vida. Antes de se enveredar por qualquer processo de acção é importante pararmos, dedicarmos tempo à introspecção e escrever. A escrita tem poder. Ajuda-nos a estruturar o pensamento. Assim, o momento de auto-consciência é fundamental.

Contudo, realizar um plano de acção é igualmente difícil e quando o implementarmos deveremos ser analíticos o suficiente para o avaliar e reestruturar sempre que necessário.

Depois de tudo isto, desafio-vos a escreverem, a colocarem no papel o que vos define, como são enquanto pessoas, quais os vossos pontos fortes e os vossos pontos fracos, como os outros vos vêem e como gostariam que vos vissem. É um dos passos para a auto-consciência. Parece fácil? Aguardo feedback! ;)

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Meditando...


O último post falava de mudanças. Hoje resolvi partilhar as mudanças que tenho vindo a sentir... Aceitei o desafio da minha grande amiga e há 11 dias seguidos que pratico meditação. Confesso que no início achava que ia abandonar rapidamente o desafio. No entanto, consegui organizar a minha vida de forma a ter este Me Time (com muita compreensão e ajuda do marido, claro!). Sinto que estou mais sintonizada comigo mesma e que aquele reboliço de emoções e aquela necessidade de partir tudo e todos diminuíram significativamente. Senti muita paz e muito amor. Sinto que estou a mudar, naturalmente. Para já o meu foco está no agora. Ao contrário do que sentia antes, o enfoque no futuro tem como objectivo encontrar caminhos para crescer e evoluir, para aproveitar ainda melhor o Agora. Aquela ansiedade de antecipação diminuiu. Enfim, sinto que cresci, que amadureci e continuo a fazê-lo. Sei que tenho ainda muito para percorrer e vou enfrentar o meu maior adversário: o MEDO. Espero sair vitoriosa!

sábado, 4 de junho de 2011

Mudança(?)



Hoje, enquanto falava sobre mudar de vida, surgiu-me esta questão: será um luxo querer mudar de vida numa altura tão conturbada como esta? 

E depois surgiram outras: Deveremos nós arriscar ou aguardar melhores dias? Deveremos dar graças por termos emprego, mesmo que este não nos satisfaça? Deveremos deixar tudo como está, porque se mudarmos alguma coisa arriscamos a ficar pior? 

Somos bombardeados com mensagens ambivalentes: "não mudes, agarra-te ao que tens, porque isto está muito mau!"; "Se estás insatisfeito, muda! Age! deixa de pensar no que gostarias de fazer e começa a fazer algo!" 

E agora? Que mensagem privilegiar?

sábado, 28 de maio de 2011

Mania das grandezas



Num evento assisti a algo único, pelo menos para mim até agora: uma presidente de uma instituição de solidariedade social recusou-se a sentar-se na segunda fila! Há que acrescentar que essa pessoa chega atrasada e não se identifica, talvez porque pensa que todos a conhecem. Ora, a pessoa que a recebeu não sabia quem era e encaminhou-a como fez com todas as restantes pessoas. Essa senhora, supostamente com elevado espírito voluntário e que gere uma entidade sem fins lucrativos, ameaçou abandonar o evento porque "recuso-me a ficar na segunda fila" e "recuso-me a ficar no meio de senhores, quero ficar no meio de senhoras", até que diz "porque eu sou a presidente de .....!!!"

É impressionante a necessidade que as pessoas têm de alimentar o seu ego. É este o espírito do voluntariado? "Vou dedicar-me a uma causa para sobressair e ser uma pessoa importante" parece ser o mote de alguns. Onde está a humildade, a modéstia? A primeira fila é um lugar privilegiado? Parece-me que é nestas situações que se vê quem se dedica às causas pela missão de ajudar o próximo e quem procura através deste tipo de instituições uma forma de se impor na comunidade, porque só assim colmata os sentimentos de insegurança que o assola diariamente. Ora, aqui está um exemplo de uma pessoa com a "mania das grandezas".

E tu? Já assististe a algo do género?

terça-feira, 24 de maio de 2011

Confuso, não?



Um turbilhão de pensamentos invade-me, assim como a melancolia insiste em dominar a minha energia.  Visualizo o futuro e o que vejo é um nevoeiro denso numa noite sem luar. Penso: "tenho que mudar! Olha o que conseguiste até aqui" Mas sinto-me sem energia para fazer esse simples exercício. Tudo é incerto, tudo é instável. Sinto-me frágil, vulnerável e ao mesmo tempo um vulcão prestes a entrar em erupção. À mínima agitação surge o descontrolo. Estou descontente e sei que essa mudança depende apenas de mim. É tão difícil... Não acredito em mim, nos outros, no mundo, na realidade! Questiono tudo... e ao mesmo tempo acredito... ou quero acreditar.

Sinto-me a chegar ao limite. Sei que é possível mudar. Difícil é abandonar as discussões internas, reorganizar o pensamento, acalmar as emoções. Por vezes, é no conforto da escuridão e da solidão que nos sentimos melhor... Não ter que agir, não ter que decidir, opinar, pensar...

Simplesmente ficar ali...

O pior é que os pensamentos, sobretudo os negativos, não nos deixam sossegar. Estão sempre ali a atormentar-nos e a fazer crescer sentimentos de culpa e de incapacidade.

Sei que sou capaz de mudar. Reconheço que tenho capacidades, potencial... O problema é que estou a deixar-me dominar...

Confuso, não?

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Resiliência


Resiliência, de acordo com o dicionário, é "a capacidade de superar dificuldades, de recuperar de adversidades" (in Priberam). Resilientes são aqueles que são capazes de resistir e desenvolver comportamentos adaptativos quando expostos a ambientes/situações adversas. Quantas vezes nos perguntámos: Como é que aquela pessoa, que viveu em vários lares, foi vítima de violência, estava rodeada de amigos com comportamentos anti-sociais, conseguiu arranjar um emprego e estar bem na vida? Como é que aquela pessoa que cresceu num ambiente desfavorecido e carente, numa família com mais de meia dúzia de irmãos, conseguiu concluir um curso superior, contrariando a parentalidade na adolescência? Ora, isso é resiliência.

Nestes dias, resolvi olhar à minha volta e constatei que estou rodeada de pessoas resilientes. Aliás os tempos de hoje promovem junto de nós essa competência de resiliência porque temos de enfrentar positivamente as adversidades e os factores de stresse. Segundo alguns autores, as características da pessoa resiliente são: sociabilidade, criatividade  na  resolução de  problemas e  sentido de autonomia. A pessoa resiliente, inteligentemente, escolhe ultrapassar a adversidade.

Considero que a conjectura económica nos incentiva a ser "resilientes", a ser criativos para ultrapassarmos as dificuldades. Nós podemos escolher o caminho a seguir. Podemos enfiar a cabeça na areia, ou, de cabeça erguida, encontrar alternativas, estratégias para sobreviver num contexto adverso. 

Já fizeste a tua escolha?

domingo, 8 de maio de 2011

Sem dentes... do siso



Hoje removi o meu último dente do siso. O dentista é absolutamente fantástico. Anestesia, trac, trac (som da ferramenta no dente) e já está! :) Tremia por todos os lados, pois era um dente inferior e que normalmente costuma dar chatices. É impressionante o medo ou receio que se ganha em relação ao dentista.

Recordas-te da primeira vez que foste ao dentista? Pois eu recordo-me. Era miúda, doíam-me os dentes e os simpáticos dentistas (eram dois) tiveram a gentileza de dizer "A menina está a fazer fitas para não comer". Simpáticos, receitaram-me um xarope horrível para incentivar o aumento de apetite. Conclusão: mudança de dentista. 

Novo dentista, análise da situação concluída. Tinha de tirar um dente, e outros tantos. Era a primeira vez. Claro está que não o deixei invadir a minha pequena boca. Cerrei os lábios e firmemente recusei-me a abrir a boca. Os outros deram-me um xarope horrível, pensei eu, sabia lá o que este iria fazer. Para mim, era um invasor da minha privacidade oral! "Queres mexer nos meus dentes??? Então vais sofrer, porque não vou deixar!" Mas o que pode fazer uma criança face aos poderes das brocas e das agulhas e outros instrumentos que lá estavam e para os quais não me atrevi a olhar??  Com a sua mestria e técnicas de manipulação lá conseguiu alcançar o objectivo. Isso não se faz a uma pobre criança... Chorei, obviamente. No entanto, como bónus, pude não fazer nada o dia todo (isto é, estava dispensada das tarefas domésticas) e ainda receber uns miminhos extra da mãe. A partir daí, quando ia ao dentista focava-me no sorriso lindo que ele me prometera e no bónus que iria ter nesse dia!

Mesmo assim, e apesar do meu dentista ser muito bom, continuo a não gostar de ir a estas consultas. Procuro adiar até não ter outra hipótese. Por isso, há que continuar a zelar pela saúde oral. 

sexta-feira, 29 de abril de 2011

E agora, o que faço?




Faleceu. Esta palavra ecoa nos nossos ouvidos e é bastante difícil processá-la de imediato. Achamos que ouvimos mal. Então, perguntamos novamente e ouvimos o mesmo. Faleceu. A nossa energia como que instantaneamente desaparece ou reduz significativamente. Depois tudo varia de acordo com a proximidade à pessoa, a surpresa ou o esperado, a nossa forma de reagir a situações emocionalmente intensas. A partir daqui surge uma série de questões, uma delas é: e agora, o que faço? 

Se faleceu algum familiar de um amigo ou de um familiar nosso, ficamos sem saber se devemos ligar, aparecer ou aguardar. Quando estamos com eles, ficamos sem saber o que dizer para os reconfortar. É difícil saber qual a melhor atitude. Mas porquê esta dificuldade? Talvez porque não podemos fazer nada para mudar o acontecimento ou talvez porque as pessoas reagem de forma diferente à perda ou, ainda, porque dentro de tanta tristeza, é difícil reconfortar, apaziguar a dor. 

Outro aspecto interessante diz respeito ao que se deve ou não deve fazer nestas situações. Uma delas é clara:  não atender o telemóvel durante o funeral (parece surreal, mas eu vi isto). Muitos acham que o luto tem de implicar silêncio e por isso nada de música, nem televisão. Muitos acham que o luto passa por usar roupas escuras, semblante cerrado e pouca actividade social. Parece que só estás de luto se mostrares tudo isto. Parece que as pessoas esquecem que há todo um conjunto de processos que vão surgindo à medida que o tempo vai passando. 

Tempo. É verdade que existe um tempo para ultrapassar o luto? Muitas vezes se ouve, "ai e tal, o marido faleceu há 3 meses e já anda com roupa colorida" ou então "passou-se um ano e ainda tem as coisas tal e qual como ele as deixou". Qual será o tempo do processo de luto? Não há tempo definido. Será que esse processo termina ou a pessoa aprende a viver com a situação?

Outro aspecto importante é a sobreprotecção das pessoas junto dos mais frágeis e que sofrem directamente a perda. Esta sobreprotecção é bem intencionada e surge com o intuito de minimizar o sofrimento à pessoa. Mas é importante respeitar a vontade da pessoa. Se ela quer velar o ente querido que faleceu, deixem-na ir. Se quer ir ao funeral deixem-na ir. Pode ser importante para o seu processo de luto. No entanto, o oposto também deve ser respeitado. É importante falar sobre isto. É importante perguntar: Como queres fazer? E se a pessoa entretanto mudar de ideias, é importante que seja capaz de o expressar e também de ser ouvida. Apesar de não se saber muito bem o que é mais correcto (se é que há certo ou errado no meio disto tudo, exceptuando a parte do telemóvel, claro), é importante comunicar.

Há tempos, pensava que as pessoas precisavam que respeitassem o seu espaço durante um velório ou funeral. Achava abusivo o facto de aparecer um mar de pessoas e dirigir-se à família sofrida e cumprimentar e tentar que falassem. Mas apercebi-me que essa presença é importante. Ajuda a suportar um bocadinho mais a dor, a sentir que somos queridos, a exteriorizar o que sentimos e guardamos junto ao nó na garganta que insiste em não desatar.

Esta questão do luto é bastante complexa e cultural, também. Mas penso que estas fases estão sempre presentes: negação, raiva, negociação, depressão e aceitação (teoria Kubler-Ross). Os amigos, os familiares serão sempre importantes para nos ajudar. Muitas vezes, pode ser benéfica a consulta junto de um profissional. Penso que é importante "deitar cá para fora" o que nos vai na alma e no coração. Como? Não há uma solução milagrosa, mas são vários os caminhos possíveis.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Vive a Vida!!!


"Vive a vida

Tira proveito até ao fim da corrida
Põe-te de pé e grita bem alto
Eu estou vivo e vivo!"

(Boss AC)


"Tudo é possível", foi a conclusão a que cheguei este fim-de-semana. De um momento para o outro podem abrir-se novas portas. Porque não? Porque temos que ficar presos ao passado? E o passado? Não será meramente um leque de representações? Será que ele existiu da forma que achamos que existiu? 

Importa o Agora, o que eu decido fazer! Importa agir! Chega de lamentos e de estar acorrentada a aspectos negativos que me incapacitam de avançar. Claro que posso falhar... As coisas não vêm ter connosco! Temos de as fazer acontecer! Thomas Edison também falhou 3000 vezes na tentativa de criar a lâmpada, mas resolveu tentar mais uma e ... voilá!

O que quero dizer é que me apercebi do quanto tenho crescido e que está na hora de valorizar tudo isso e acreditar! Acreditar em mim! Acreditar que posso fazer algo por mim e de facto viver a vida! Apercebi-me que posso fazer muito mais, porque os recursos, as pistas estão à minha frente e penso que finalmente começo a ver.

Não pensem com isto que estou a sonhar, a delirar. Como tenho vindo a dizer, faz parte do processo, obstáculos vão surgir e por mais complexos ou difíceis que sejam, não vou baixar os braços, vou dar-lhes um significado, aprender e fazer alguma coisa para os ultrapassar ou lidar com eles, para poder servir os outros.

Por isso:
 "Aproveita, 
Não te queixes, 
Dá graças ao que tens, 
Há quem nada tenha"
(...)

Moral da história:
Vive a vida,
Aproveita porque a vida dá voltas
e não avisa com antecedência"
(Boss AC)

sábado, 2 de abril de 2011

The new me - Parte 3: a Revelação!!!


Estes serões de gestão da inteligência emocional terminaram por hoje, infelizmente. É por causa deles que deixo este post. O de hoje foi revelador, porque cheguei à conclusão, em voz alta e após alguma resistência, do meu verdadeiro problema, aquele que foi e é central na minha vida e que tenho muita dificuldade em ultrapassar. Custa bastante ouvir, pela nossa voz, aquilo que tem sido uma realidade de uma vida, mesmo que revisto numa situação específica. Tenho ainda um longo caminho a percorrer e estes serões foram úteis para me descer à terra e perceber que o que já fiz até agora não chega. Começava a desviar-me.Por isso, tenho de ir mais fundo, algo que estava a negar e a ofuscar com outras questões. Se melhorei alguma coisa até ao momento? Claro que sim. É suficiente? Está longe de o ser!

O ser humano consegue, de facto, ser bastante complexo. Passámos a vida a analisar, a questionar, a definir e redefinir aspectos internos e, por consequência, externos (visíveis para os outros). Gastamos tanta energia neste processo, sem darmos conta... e ainda bem, porque penso que devemos passar por isto, pela introspecção, pela procura da melhoria constante, para podermos ser melhores connosco e com os outros.

Achava que a minha inteligência emocional não estava assim tão mal, mas fui confrontada com uma realidade diferente.

E tu? Como está o teu QE de saúde?

sábado, 26 de março de 2011

Que pena...



Que pena quando temos expectativas relativamente a algo e ficamos desiludidos. Foi o que me aconteceu numa formação onde estava à espera de empatia, assertividade e imparcialidade. Uma das formadoras não correspondeu, fez-me pensar que aquele era o seu espaço catártico, dada a quantidade de exemplos pessoais que trouxe. Aliás, trouxe mais exemplos seus que os seus próprios formandos. Fez-me pensar que em alguns momentos o que apresenta não são conhecimentos científicos, mas empíricos (resultantes da sua experiência pessoal). Valeu pelos exercícios, que poderia perfeitamente ter feito em casa ou em formação a distância, e pelos vídeos, que foram de facto os momentos mais interessantes. 

Fez-me pensar que eu podia fazer melhor se trocássemos de papeis. E o mais importante de tudo, despoletou em mim sentimentos de insegurança devido à sua postura um pouco dura, por vezes negativista e pouco empática. 

Não lhe retiro a bagagem teórica e prática que possui. No entanto, penso que poderia ter feito melhor.
Mesmo assim, e para desdramatizar, consigo encontrar aspectos positivos em tudo isto, porque obrigou-me a reflectir mais fundo e a valorizar o que alcancei até agora. E quando der formação tenho mais uma dica sobre o que não fazer! :)

sexta-feira, 18 de março de 2011

Era das emoções?




Os serões com a gestão da inteligência emocional continuam. Nestes dias tenho falado sobre isso com as pessoas amigas, colegas e familiares e reparo que há um interesse muito grande pelo tema. Pensava que as pessoas iam rir quando soubessem que estava a ter formação sobre isso. Fui surpreendida pela positiva! 

No entanto, tudo isto me faz pensar acerca das necessidades das pessoas. Penso que, de um modo geral, as pessoas estão insatisfeitas. O mental não é suficiente, o emocional também não. Andamos à procura de um equilíbrio constante. Mais do que mostrar que possuem conhecimentos ou capacidade de raciocínio, as pessoas procuram reconhecimento, valorização, equilíbrio, liderança, segurança, entre outros aspectos. As pessoas procuram emoções positivas. Nas empresas valorizam-se as competências pessoais, a capacidade de gestão emocional (que muitas vezes está ausente nas Direcções). Num mundo tão inconstante, de crise constante, de pessimismo em relação ao futuro, as pessoas sentem-se inseguras ou mais inseguras. Ao mesmo tempo sentem uma vontade enorme de mudar, daí o interesse por estes temas.

Fala-se muito em inteligência emocional, psicologia positiva, desenvolvimento pessoal, liderança pela excelência, gestão de conflitos, valorização do sorriso, empatia,.... Estaremos nós na era das emoções? Na era da procura do equilíbrio? Estarão as pessoas mais abertas à mudança individual? Será esta uma forma de enfrentar estes novos desafios que a sociedade nos impõe? Penso que sim. Contudo, ainda hoje falamos na dificuldade das crianças e adolescentes de hoje saberem lidar com a frustração e na arrogância que apresentam. Estarão os adultos tão focados na sua gestão emocional  que esquecem que é importante educar os filhos nesse sentido? Estarão as escolas a esquecer essa dimensão? Ou estarei eu enganada em relação a tudo o que disse neste post?!

E tu? O que pensas sobre isto?

segunda-feira, 14 de março de 2011

Os princípios da diversão

"It's not absolutely necessary that you have fun... but life is better when you do"


Get focused, be creative, use your wisdom, take action!

E tu? Are you having fun and really enjoying your life?

sábado, 12 de março de 2011

Representações


Inteligência Emocional. Foi com este tema que passei o serão de ontem. Muitas coisas se discutiram, mas a que quero partilhar convosco é a importância dos esquemas mentais que associamos às emoções. Uma emoção pode ser igual para várias pessoas, mas desencadeada por estímulos diferentes, assim como, um estímulo pode desencadear emoções diferentes de pessoa para pessoa. Quando tomámos consciência das emoções atribuímos-lhe um sentido, uma representação, um mapa mental.

A propósito das representações fizemos um exercício interessante: desenhámos uma moeda de um euro. "Hum, que interessante... (ironia)" devem estar a pensar. Mas foi revelador. Não houve um desenho igual. Cada um de nós tinha uma representação diferente da moeda que nos passa pela mão todos os dias. Ora se isto acontece com uma coisa tão simples, então imaginemos o que acontece com as nossas memórias. Serão elas uma cópia fiel da realidade, da experiência? Uma experiência é isso mesmo, uma experiência, assim como uma mesa, é uma mesa e ponto final. Nós, seres humanos, é que lhe atribuímos uma emoção, uma representação. Por isso é que várias pessoas sentem de forma diferente situações iguais. Então, serão as histórias de vida uma representação idêntica à experiência ou aos acontecimentos vividos? E a História? Não será o espelho de representações de quem a escreve?

terça-feira, 8 de março de 2011

A nossa zona de conforto



Hoje celebra-se um grande dia! Não, não é o dia de Carnaval! É esse mesmo! O dia Internacional da Mulher! É verdade! E foi entre mulheres que surgiu a ideia do tema de hoje: a nossa zona de conforto.

Todos nós temos o nosso espaço de onde muitas vezes não queremos sair e onde nos sentimos seguros. Não tem de ser um espaço físico, pode ser, também, uma série de actividades que fazemos, que gostámos ou não, mas que estamos habituados a realizar, ou seja, algo que já não nos traz desafio e que nos sentimos seguros a fazer. Uns têm uma zona de conforto grande e outros mais pequena. Aquele que têm uma área de segurança grande abraçaram medos e desafios. Arriscaram e alargaram a possibilidade de realização de coisas no espaço que, até determinada altura, era desconhecido.Passo a dar um exemplo, se antes realizar desportos radicais estava fora da área de conforto da pessoa X, a partir do momento que resolveu experimentar e fazê-lo mais do que uma vez, alargou a sua área. And so on, and so on. Existem aqueles que têm uma área de conforto mais pequena, ou seja, há um maior leque de coisas que se apresentam como um desafio, que trazem alguma insegurança e maior ansiedade. Exemplificando, para algumas pessoas conduzir na auto-estrada ou sair da casa sozinho é dar um passo fora da sua zona de conforto, .

Agora surge uma importante questão: serão aqueles que possuem uma área de conforto maior os que alcançam o bem-estar e a maior felicidade? Penso que não, porque o mais importante é sentirmo-nos bem na nossa área de conforto. Por outras palavras, se estou bem com o que tenho, com o que quero para mim, não preciso de alterar esse espaço. No entanto, se estás bem, mas queres mais,se estás insatisfeito, então está na altura de alargares a tua área de conforto, de arriscar. Portanto, não é o tamanho do nosso espaço seguro que importa, mas sim, a nossa satisfação com o mesmo. Há pessoas que possuem uma zona de conforto grande, mas ainda não estão satisfeitas. E há aquele grupo de pessoas que têm uma área confortável mais reduzida, mas não procuram mais porque estão bem. Penso que estes sentimentos não são eternos. Há alturas que estamos bem com o que temos e fazemos, outras, nem por isso.

Quanto a mim, já defini o que faz parte da minha zona de conforto, o que está fora dela e o que será mesmo muito difícil de alcançar (aqueles sonhos grandiosos, aquelas experiências que nos geram muito medo ou até pânico!). Posso mesmo dizer que já comecei a alargá-la, nas pequeninas coisas, porque é dessa forma que se alcançam grandes feitos (hope so)!

Voltando ao Dia Internacional da Mulher... Já pensaram nas vezes que as mulheres saíram do espaço seguro (pelo menos aquele que conhecem melhor e que, por vezes, é bastante adverso) e lutaram para alcançar os seus direitos, para parar com os abusos de que são vítimas, para se sentirem Mulheres por inteiro, respeitadas e valorizadas? 

E tu? Como te sentes na tua zona de conforto? É ela suficientemente confortável?

segunda-feira, 7 de março de 2011

Músicas de Intervenção

Ontem fomos presenteados com a bela da surpresa: Os Homens da Luta foram escolhidos pelo povo português para representar Portugal no célebre Festival da Canção Eurovisão. Surpreendente! Positivamente surpreendente! 



A explicação:



Não esperava que os Portugueses fizessem essa escolha. Isto mostra que achamos que a música tem poder. Queremos passar uma mensagem. Se vamos vencer? Tivemos grandes músicas e nunca vencemos. Por isso, vamos marcar pela diferença e vamos deixar uma mensagem. Esta é uma música típica de um festival deste género? Claro que não! Vamos mostrar que Portugal é um país fraco? Claro que não! É estratégico? Atrevo-me a dizer que sim, who knows?!!  :)

Não podemos esquecer, também, o impacto de "Parva que sou" dos Deolinda. Esta música foi e é o mote para a manifestação "Geração à rasca" do próximo dia 12 de Março. Retrata o que se passa actualmente e, também, as dificuldades que os jovens passam, ao contrário do que muitos possam pensar.



Venha mais música! Venha mais luta!

sexta-feira, 4 de março de 2011

"Analfabetismo tecnológico"


Ontem, durante uma bela de uma jantarada, a minha madrezita resolveu presentear-nos com algo que tinha assistido. Contava ela que, enquanto levantava dinheiro numa caixa multibanco no interior de um banco, uma senhora entra dirigindo-se para o telefone que lá se encontrava. Pega no auscultador e pergunta aos colaboradores que se encontravam a trabalhar:
 - Como é? São vocês que marcam o número?
Admirado um deles pergunta:
- Qual é o assunto?
Indignada a senhora retalia:
Isso é uma coisa pessoal. Como é? São vocês que fazem a chamada? (O telefone não tinha propriamente números para digitar...)
- Minha Senhora - respondeu - Esse telefone é para entrar em contacto com o banco".
E a senhora ainda indignada pergunta:
- E então onde é que eu posso fazer uma chamada? É que não trouxe o telemóvel!
A senhora saiu e lá foi ela fazer a bela da chamadita para o quiosque em frente. :)

Bem, esta situação é bastante engraçada. De certeza que a minha mãe se divertiu mais do que todos nós que a ouvimos ou lemos depois. Mas não é isso que me leva a escrever este post, mas sim a questão atrás de tudo isto: "analfabetismo tecnológico".

Fale-se bastante do analfabetismo da população portuguesa e não se presta atenção a um tipo de iliteracia que emerge e que diz respeito a esta era da tecnologia. Claro que nós pensamos "Aquela senhora não é muito inteligente. É lógico que aquele telefone não é para fazer qualquer tipo de chamadas". Mas a senhora deve ter pensado "Ninguém explica!!!" Penso que é urgente instruirmos a nossa sociedade, porque para uns é fácil lidar com as novas tecnologias, para outros é um enorme problema que, se puderem, evitam.

Muitas vezes não temos paciência para explicar aos nossos pais ou avós a lidar com as novas tecnologias. Mas podemos contrariar isso, desde que as pessoas tenham interesse também. Felizmente, os meus pais são bastante autónomos quanto às TIC e agora raramente precisam de mim. Não tiveram medo de arriscar e aprender novamente, contrariando o analfabetismo tecnológico. Quantos serão aqueles que têm medo de conhecer a inovação? O que podemos fazer? Marginalizá-los? Contribuir para aquilo que se chama de info-exclusão? Ou partilhar os nossos conhecimentos promovendo a info-inclusão?

quinta-feira, 3 de março de 2011

Objectivando...



Objectivos. Todos temos definido para nós o que queremos alcançar. A isto se chama ter objectivos (que raio de afirmação). Há quem tenha objectivos gigantes e por vezes quase inatingíveis e há quem tenha objectivos pequeninos. A literatura diz que as pessoas que definem maioritariamente pequenos objectivos alcançam mais depressa a sensação de sucesso, promovendo assim o seu bem-estar e a sua qualidade de vida.

Ora, quanto a mim (lá vem a egocêntrica de novo) cheguei à conclusão que preciso definir objectivos e que ao longo da minha vida não pensei muito nisso. Penso que vem daí a sensação de vazio, de incerteza e de insegurança.

Ontem, o meu livro de desenvolvimento pessoal confrontou-me com a importância de traçarmos objectivos. Quando intentei fazê-lo pensei "faço amanhã". Ora isto mostrou-me que eu tenho um problema (devem estar a pensar "só um??? Naaaa..."): tenho medo de traçar metas, porque ao fazê-lo serei obrigada a agir. Fiquei triste com esta conclusão, mas corresponde à realidade. Nunca tinha sido confrontada directamente com esta realidade. Quero realçar que estes objectivos são individuais, porque quando os defino em conjunto a minha postura é diferente (caricato, não?).

No entanto, e como ando numa de contrariar, decidi que vou arriscar e, para começar, vou escrever num papel tudo o que gostaria de alcançar, das pequenas às maiores metas. Dessas metas vou estabelecer prioridades e, depois, vou partilhá-las com alguém. Segundo a literatura (até parece que tenho lido bastante), devemos partilhar os nossos objectivos com alguém, porque as pessoas quando nos encontrarem irão perguntar "e então? Já fizeste aquilo (o objectivo, claro)?" e nós não vamos aguentar muito tempo a dizer "Ai e tal, não!", pois isso revelará uma fragilidade nossa.

Assim, começo já e partilho convosco, em primeira mão, um dos meus objectivos: definir objectivos!!!  ;)

Já definiram os vossos?

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Os benefícios dos desenhos animados




Esta noite as insónias bateram à porta! Pois é, o virar, o revirar, aquele barulho que nunca reparamos e que àquela hora parece a coisa mais barulhenta do mundo. Mas pior que isso tudo, temos os pensamentos automáticos que ora vêm, ora vão, mas fazem sempre questão de importunar. Bem, os pensamentos que me surgiram foram sobre a violência e a perversidade do ser humano. As notícias sobre assaltos e sequestros aumentam em nós o sentimento de insegurança e ao mesmo tempo de impotência. Estes pensamentos levaram-me mais longe. Fizeram-me pensar nas nossas séries. Se repararmos, a maior parte incide nos mais variados tipo de crimes  e perturbações, como por exemplo, homicídios, sociopatias, violações, sequestros... Nós absorvemos tudo isto e queremos saber mais e conhecer mais... Para mim, CHEGA!!!

Abandonei há algum tempo os filmes de terror e começo a ficar cansada de só ver sangue e violência na televisão!

Então, o que temos para ver??? Durante a madrugada, ou temos as televendas, ou, então, os desenhos animados. Nunca pensei que fosse tão agradável ver o Bob o construtor, ou o Thomas... Transmitem paz, inocência, valores que realmente importam...

Temos, também, maus desenhos animados, carregados com alguma violência, mas há alguns que são inofensivos e instrutivos. É preciso saber seleccionar. Canais como o Panda ou o Jim Jam são, agora, uma maravilha, uma bela descoberta (para mim, claro)!

Se consegui adormecer com os desenhos animados? Nem por isso, mas pelo menos os pensamentos automáticos, passaram de negativos a positivos!

O vale tudo!!!





Pressão! Todos os dias somos pressionados: no trabalho, porque temos metas a cumprir, prioridades que nos impõem; na família, porque temos aquele problema para resolver, aquelas tarefas domésticas que somos obrigados a fazer; na sociedade, porque está na altura (idade) de assumires aquele papel. É uma chatice. Porque não nos dão o tempo que queremos, que precisamos? Porque não são capazes de definir bem as prioridades? Porque abandonam e esquecem o que é importante, aquilo que parece que só tu consegues ver ou antever?

A regra do vale tudo leva a que se esqueçam valores, prioridades, pessoas. É uma regra que se baseia em pensamentos obsessivos e que pode levar um grupo de pessoas a esquecer tudo o resto e a focar-se naquela tarefa ou objectivo independentemente das repercurssões dessa decisão. É uma regra muito frequente nos locais de trabalho, mas também presente noutros contextos de vida.

A questão é: o que fazer quando nos impõem a regra do vale tudo??

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

The new me- Parte 2



"Hoje estou feliz da vida". O processo de mudança que falei há uns tempos está em curso. Posso dizer-vos que uma coisa importante está a mudar em mim: aquilo que digo aos outros aplico para mim. Devem pensar que "ai e tal, isso é o que todos dizem", mas garanto-vos que não. Começo agora a ver os dias com outro optimismo, com outra alegria, com um sorriso. Sinto que há esperança! Não consigo explicar a forma como o meu coração se enche quando penso no futuro. Parece que algo de magnífico vai acontecer!A minha disposição tem andado positivamente constante e as pessoas à minha volta agradecem! Se sei o que o futuro me reserva? Não faço ideia, mas algo deve trazer para que eu cresça e evolua.

Devem estar a perguntar "Mas que raio mudou?" Concretamente, muito pouco. Penso que o facto de ter começado a mudar a forma de me ver e de ver o mundo terá ajudado significativamente. Se tenho projectos definidos? Nope! No entanto, sinto que estou cada vez mais perto! Sinto que vou encontrar aquilo que fará com que os meus olhos brilhem e o coração salte (algo que já sinto pelo meu grande amor, o meu marido)!

Mesmo assim, confesso que o medo de que isto seja efémero anda por aí, em conjunto com as alterações hormonais, a puxar para baixo, a criar bloqueios. Faz parte deste processo. É algo que tenho de enfrentar.

E mesmo assim, posso dizer "Hoje estou feliz da vida"!!!

domingo, 20 de fevereiro de 2011

A Força de um Elogio




Um dia destes, na rádio, num programa da manhã, um prémio de um passatempo era o "enchimento" da auto-estima! Este "enchimento" passou por dizer uma série de elogios ao vencedor do concurso, a fingir claro! Mesmo sendo uma brincadeira, chamou-me à atenção para o impacto que um elogio pode ter numa pessoa. Quantas vezes ganhámos o dia só pelo facto de nos dizerem "estás bonita hoje", "gostei do que tu disseste", "és organizado", "és um óptimo profissional", and so on, and so on?

Quando nos fazem um elogio sincero, o nosso rosto muda (por vezes, cora um pouco), a nossa postura altera-se e o nosso humor melhora. 

Muitas vezes centramo-nos nas coisas mais negativas das pessoas que nos rodeiam e esquecemo-nos de as valorizar, de as elogiar. Olhando para mim, reconheço, por exemplo, que tenho uma mãe fantástica e raramente lhe digo isso. Eu sei que ela é magnífica, mas saberá ela que é isso que penso dela e da educação que me deu?

Para mim, o verdadeiro elogio tem os seus requisitos:
  • deve ser sincero;
  • não deve ser demasiado repetitivo, para não pensarem que não é sincero;
  • deve ser dito pela positiva ( esqueçam por exemplo o "afinal até és organizado");
  • deve ser dito no momento certo.
Já uma amiga dizia, as pessoas precisam de ser valorizadas e se achamos que merecem o elogio, porque não manifestá-lo? 

Quantas vezes nos sentimos inseguros pelo facto de esperarmos o reconhecimento do nosso chefe, companheiro, pai ou irmão?

Por isso, elogia alguém pelo menos uma vez por dia! :)

Bons elogios!!! ;)

sábado, 19 de fevereiro de 2011

A família não se aluga! ("Hoje faço 100 anos" by Egitita)







E os discursos continuam a chegar! Este espaço está a ficar cada vez mais enriquecido! 


Hoje trago-vos um discurso de uma pessoa muito especial, da minha irmã, da pessoa que me inspira. Penso que a sua mensagem diz tudo!


"Today it's my birthday

Esperei este dia, em que completo 100 anos, para deixar aqui registado o meu legado. Mas não esperei 100 anos para dizer que vos amo. A ti, meu querido Satan, digo-o todos os dias repetidamente. A ti, meu querido Henrique, digo-o quando me vens visitar, quando me levas a passear com a tua maravilhosa família e digo-o baixinho todas as noites, quando ao deitar rezo por ti. Rezo para que te lembres das aprendizagens que tiveste comigo, das loucuras que tão bem soubeste lidar, do colo que te deixei abusar. Rezo para que continues o meu legado: mostrar ao mundo que a vida não se compra, que o amor não se vende, que a família não se aluga...


Sinto que as minhas forças estão a enfraquecer e falta pouco tempo para abandonar a batalha. Quero que ocupes o meu lugar e vistas a farda do guerreiro que és e sempre foste, desde que nasceste. Também eu desde muito cedo soube qual era a minha missão nesta vida e abracei-a com todo o meu vigor e ao meu jeito fui modificando modos de ser e de estar. O teu pai é a minha grande conquista. Obcecado pelo que é material, pelo ter, lentamente foi percebendo que o mais importante era o que não é mensurável e o que nada importa para uma bolsa de valores. O mais importante na vida, querido Henrique (e tu sabes bem...) é o dar-se aos outros, é o estar presente de corpo e alma, é o apoiar, é o amar, é o perdoar... Tudo o resto é efémero, sem conteúdo, sem aprendizagens,...


A batalha é difícil, bem o sei, mas olha para mim aqui com 100 anos e feliz. Muitas vezes vacilei e perguntei-me se era o caminho certo, mas quando tu aparecias sabia que era este o legado que te devia deixar. O materialismo tenta seduzir-nos com promessas vãs e sentimentos falsos de felicidade, mas tudo desaparece num instante.


Procura nesta carta a mesma força que encontrei em ti. Não te deixes manipular pelo consumismo, pela fama, pela riqueza... Sê tu próprio e confia na tua missão. Eu vou estar sempre contigo, tu sabes bem que sim :)"

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Sejam felizes junto dos que amam! ("Hoje faço 100 anos" by Nelson)


Este post é muito especial para mim! O meu marido inspirou-se no desafio do centésimo aniversário e deixa aqui a sua mensagem inspiradora:



"Bem agora que tenho cem anos, é altura de falar um pouco do que foi a minha vida..


A vida é como um jogo, aparecem oportunidades e problemas e a diferença está na forma como encaramos as oportunidades e resolvemos os problemas.


Sempre fui um aventureiro, nunca me acreditei em impossíveis, fui e ainda hoje sou um lutador, (ou acham que estes cem anos são o quê!), e também um optimista, (aos duzentos anos volto a escrever!!).


O meu caminho foi realizado com bons e maus momentos, com os maus aprendi, bem os bons ainda hoje saboreio… Um dos melhores momentos da minha vida foi ter conhecido a minha mulher … Uma mulher fantástica, linda, meiga, carinhosa, um sonho… Tudo começou com as danças, danças essas que nos embalam até aos dias de hoje. Uma vida é bonita quando construída com base no amor, no respeito, na verdade e no carinho, e isso é aquilo que tento transmitir aos mais novos. Ainda hoje me lembro o quão deslumbrante estava ela vestida de branco no dia do nosso casamento. Foi lindo, foi a celebração do amor com a presença dos nossos verdadeiros amigos. Um dia que não queria que acabasse… bem na realidade não acabou, fazemos em breve 75 anos de casados, e parece que nos conhecemos ontem, continuamos apaixonados como sempre estivemos e não somos nada um sem o outro.


Mesmo com cem anos vos digo que a vida é curta, mas demasiado valiosa. Não percam tempo com rancores, com mentiras, traições. Sigam o caminho do diálogo, da verdade, e aproveitem. Aproveitem todos os momentos como se fosse o último. Não se arrependam das decisões tomadas, apenas acreditem que tomaram a melhor escolha, e lutem por ela. Não tenham medo de falhar, pois todos nós podemos falhar, mas quando falharem aprendam com isso. Temos uma cabeça em cima dos ombros façam o favor de a usar... Tomem as vossas decisões com ela.. Lutem pelo que acreditam, e não desistam dos vossos sonhos.. São os sonhos que comandam a vida..


Com isto me vou e apenas uma coisa vos peço: FAÇAM O FAVOR DE SER FELIZES JUNTO DOS QUE AMAM !!!! "
 
Magnífico! Speechless!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Quero agradecer a todos... ("Hoje faço 100 anos!" by Sandra)



O discurso desafiador do centésimo aniversário continua a deixar que pensar. De facto, como queremos olhar para o nosso passado quando formos velhotes? 

Por vezes, perdemo-nos com pequeninas coisas e não prestamos atenção a quem realmente interessa, a quem partilha esta caminhada, que é a vida, connosco e a quem nos ajuda a caminhar. É por isso que não posso deixar de partilhar o belíssimo discurso da minha amiga Sandra que me fez pensar no que diria a quem me acompanha e acompanhou no meu percurso...


"Hoje estou de parabéns….faço 100 anos!

Sinto me tão feliz, feliz pelo caminho que percorri, pela sorte que tive nas pessoas que nele me acompanharam, pelos amores e desamores, pelas aprendizagens, pelo acompanhamento espiritual….Aiiiiiiiiiiiii! Sinto me tão bem……sinto-me tão feliz, sinto me tão realizada!

Sinto-me fascinada pela beleza da vida, sinto-me deliciada pela companhia ininterrupta da minha família, dos meus irmãos, dos meus sobrinhos maravilhosos, da minha filha………….

Ana…….és realmente a minha Companheira a minha Amiga, o meu Amor, ver-te crescer e te tornar na pessoa que és hoje deixa-me………. Cintilante! Ver que conseguiste realizar todos os teus objectivos, todos os teus sonhos e sempre bem junto de mim é verdadeiramente lisonjeador.

Vitinho….. Meu sobrinho querido, meu parceiro que tanto me ajudou, que tantas vezes me fez rir sem parar, que tanto me acompanhou nesta caminhada, nada teria sido igual se cá não estivesses…….És admirável!

Panterinha…….Minha flor maravilhosa, minha gota de orvalho delicada…………és linda, és frágil….és a nossa princesa!

Meus irmãos, meus amados irmãos, não tenho palavras que vos descreva, recordo-me e sorrio de tudo e por tanta coisa que passámos. Agradeço cada momento, cada oportunidade, cada ensino….
Rute, minha irmã, minha coleguinha, minha amiga, aprendi tanto contigo, aprendemos tanto juntas e é tão bom ainda te ter aqui ao meu lado….és majestosamente encantadora!
João Pedro….meu Mestre de todos os ensinamentos! Continuas a surpreender-me ainda hoje, continuas a ser o meu molde, o meu exemplo a seguir!

Panteresca……. Minha cunhadinha do coração, é tão bom ter-te aqui, foi tão bonito o caminho que percorremos juntas, foi tão linda a forma como criamos a nossa comunidade, foi com tanto amor…………

Vítor, o meu Vítor, o meu amigo….. que no seu silencio dizia tanto, que com o  seu olhar dizia tudo…….é bom ter-te aqui comigo, é bom termos seguido juntos.

Minhas primas amadas, minhas amigas, meus amigos que comigo seguiram, que por mim passaram, agradeço-vos cada momento, cada festa, cada mimo, cada tudo!!!!!!!!!!

Sinto saudade da presença dos meus pais aqui ao meu lado, sem eles nada, nada, nada teria sido como foi…….foi por eles, foi com o Amor deles, foi com a Educação deles, foi com a Dedicação deles, foi com a Afeição deles que cheguei, que chegamos aqui hoje……….obrigado por tudo, obrigado por me terem escolhido para filha……obrigado por me terem escolhido os meus irmãos……toda essa escolha fez florescer todos os seres maravilhosos que nos rodeiam e que ainda nos acompanham hoje!

Quero agradecer a todos os conselhos, todos os pareceres, todas as ajudas do nosso I , do nosso Amigo, do nosso Irmão e Companheiro.

Quero agradecer a todos que pela minha vida passaram, a ti……………….a ti…………………..a ti………………….e a ti também!!!!!!!!!!!

Sim é verdade, hoje faço 100 anos, sem duvida os melhores 100 anos de sempre!!!!!!!!!!!!!!

Sandra…..a Borboleta da asa azul…………."


Lindo!!! Obrigada pela partilha!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Amem, Amem muito!!! ("Hoje faço 100 anos!" by Rute)


O Post anterior deixou muitos a pensar "o que diria eu se hoje fizesse 100 anos??". A minha grande e querida amiga Rute aceitou o desafio e presenteia-nos com o seu magnífico discurso, vindo directamente do coração, que passo a citar:

"Hoje faço 100 anos!

Lembro-me, perfeitamente, dos meus doces 20 anos, altura em que dizia bem alto que não queria atingir a velhice. Acreditava que este era um período da vida em que nos limitamos a existir sem capacidade para viver.
Hoje sei! Hoje sei que a velhice é bela, é o culminar de um percurso, é o resultado de um trajecto. Trajecto que percorri e adorei.

Olhando para trás percebo que a vida me deu coisas magnificas, vivências maravilhosas, aprendizagens sagradas que me acompanharão na longa viagem que estou prestes a embarcar.

Hoje sei que essas “coisas” que encheram e preencheram o meu coração foram pessoas! Pessoas que tive o privilegio de conhecer e amar.

Facilmente perceberão que com 100 anos vi morrer e nascer muita gente, cruzei com muitos sorrisos e lágrimas, ajudei e fui ajudada, partilhei e ouvi, amei e fui amada!

Agradeço a Deus todas as aprendizagens, as maravilhosas e as dolorosas, porque foram elas que me permitiram ser quem sou hoje. E eu tenho orgulho no que sou.

Sei que fui boa filha, boa irmã, boa amiga, boa esposa e acima de tudo fui uma boa mãe. Dediquei-me de corpo e alma aos outros e com eles a minha existência adquiriu significado.

Se acreditam que a minha idade e as minhas vivencias me permitiram adquirir alguma sabedoria, aceitem este meu conselho: amem! Amem muito! Amem tudo e todos! Aproveitem o tempo com sabedoria! Não se percam em pormenores e dores infundadas, não se deixem levar pelo orgulho do ego. Limitem-se , simplesmente, a amar! Amem-se a vocês e aos outros!

Parece um conselho muito simples…talvez tão simples, que pensem que a velha está mesmo a ficar louca J , mas a verdade é que este conselho manifesta todas as minhas aprendizagens!

Também eu, a velhinha que descrevem como doce, amável, tranquila, compreensiva, já fui emocionalmente agitada, orgulhosa, egocêntrica!

Mas a vida ensinou-me , a vida mostrou-me a sua beleza , mostrou-me que o amor é a solução! Só assim vivemos em paz, só assim aprendemos as lições certas, só assim caminhamos para a luz!
Agradeço a todos aqui!

Agradeço aos meus pais, que já não nos acompanham fisicamente, tudo o que sou! Agradeço a educação que deram, o amor incondicional, o carinho, a compreensão. Mãe , Pai, amo-vos!

Agradeço aos meus irmãos, à Sandra e ao João, por terem existido na minha vida! Agradeço-lhes pelas aprendizagens, por nunca terem desistido de mim, por me terem permitido acompanhá-los e amá-los! Por me terem acompanhado e amado!

Agradeço à pantera por ter sido uma companheira nesta viagem. Sarinha foste sempre maravilhosa!

Agradeço à minha sobrinha maravilhosa, que me acompanhou e que me acompanhará até à morte. Que bela mulher te tornaste, Ana! Que ser maravilhoso! Que ser de luz! O teu sorriso continua a irradiar amor e ternura! Amo-te pequena!

Agradeço ao meu marido, que partiu tão feliz pelo que construiu! Agradeço ao meu companheiro de vida, ao meu verdadeiro e grande amor, ao pai do meu filho ! Agradeço-te  Vítor, agradeço-te todos os minutos que passaste comigo, agradeço-te todos os sorrisos e lágrimas, agradeço-te a amizade e o amor que me deste sempre! Agradeço-te a paciência! A minha vida foi tão boa , porque tu estiveste comigo! Continuo a amar-te meu amor.

Agradeço ao meu pequeno Vítor, meu filho amado, que despertou em mim a vontade de viver, que me deu o privilegio de criar , de ver crescer o ser maravilhoso que é hoje! Filho, quando olho para ti hoje , quando te vejo feliz e concretizado, quando te vejo sorrir percebo que cumpri a minha missão, que cumpri o meu objectivo, percebo que fui uma boa mãe!  Vitinho obrigado por tudo o que me deste! Sou o que sou porque te tive! Amo-te filho!

Agradeço a todos os outros que comigo se cruzaram, que amei e que me amaram … Helena, Celeste, Gracinda, Custódio, Joana, Lília, Lídia, Fernanda, José, Ana, … foram tantos…

Graças a Deus que vos conheci, que fizeram parte da minha vida!

Obrigado por estarem aqui! Despeço-me com muito amor de vocês, sei que em breve começarei uma nova jornada! E também sei que essa jornada vai ser maravilhosa!

Não chorem por mim, sorriam, porque esteja eu onde estiver, vou estar feliz! Vou estar feliz porque vocês me ensinar a ser feliz!
Obrigado!"

 Lindo!!! Muito obrigada, amiga, pela partilha!