Os dias passam e encurta-se o tempo. Estranhamente a estagnação instalara-se há muito, de malas e bagagens, com vontade de ficar. A esperança ora surge, ora desvanece. São mais vezes que se recusa a aparecer. Tudo é luta. Tudo é uma corrida de obstáculos. Mas tudo se mantém. Mudam, apenas, os receios e os planos. Planos? Tudo em aberto. Nada é certo, mas tudo parece errado. Aliás, o que é certo e o que é errado? Pensamentos e ideias por todo o lado. As quatro paredes bloqueiam e, ao mesmo tempo, protegem. Sair? Para onde? Para quê? O descanso não existe. A calma, a tranquilidade tardam em chegar. Tudo é um turbilhão que não passa e teima em não passar. A caminhar cada vez mais para dentro, para o escuro. Já não há luta. Os dias passam, encurta-se o tempo e o turbilhão insiste e persiste. À primeira vista, parece calmo e controlado, mas ao ver bem de perto e para dentro, tudo muda. Tanta coisa acontece e nada transparece. Desistiu. Já não há força. Simplesmente, está!
